✅ Última atualização em 02/08/2023
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Toggle4 Técnicas Essenciais Que Todo Videomaker Deve Saber: Inserts, B-Roll, Regra dos 180º e Regra dos Terços
Regra dos terços, eixo ou regra dos 180º, b-roll ou imagens de cobertura/complemento, insert…o que são e para que servem estes termos utilizados amplamente no cinema e na produção de vídeos?
Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre algum destes termos (Inserts, B-Roll, Regra dos 180º e Regra dos Terços) caso tenha procurado por assuntos relacionados a cinema, vídeo ou correlatos.
Como verá nos tópicos a seguir, alguns destes termos começaram a ser usados ainda na época em que filmar com película era comum no mercado audiovisual, principalmente do cinema.
Por outro lado, editores utilizam de algumas técnicas que fazem uso, por exemplo, da regra dos terços, onde é possível reposicionar uma imagem conforme os parâmetros da regra.
Se você já produz vídeos, já deve ter utilizado alguma destas técnicas ou regras, mesmo que inconscientemente. É muito comum o uso de inserts em um vídeo ou mesmo uma cena complementar quando fazemos vídeos de reviews de produtos.
Conhecendo as técnicas essenciais
1. INSERTS
São imagens inseridas dentro do contexto da imagem principal na cena.
Por exemplo, se estiver entrevistando um médico em seu consultório sobre suas técnicas de ortopedia, um insert poderia ser a imagem de uma prótese sobre a mesa durante sua fala ou algum tipo de ilustração sobre o mesmo assunto na parede.
Inserts são interessantes para detalhar mais sobre o tema principal do vídeo, destacar pontos que considere importantes e torná-lo mais dinâmico e informativo a audiência.
Para se gravar inserts, você poderá utilizar uma segunda câmera durante a gravação (se disponível) ou, caso não seja possível, grave os inserts ao término da gravação do vídeo principal.
Os inserts devem ter continuidade, ou seja, serem gravados de preferência no mesmo dia da gravação principal para que possa manter a mesma iluminação e disposição dos objetos no ambiente (conforme no exemplo do consultório médico).
Não existe um ângulo exato para se gravar inserts, porém são mais comuns vê-los num close-up ou super close-up e com a câmera estabilizada, seja num tripé ou segurando a câmera firmemente.
Vale salientar que os inserts são “complementos” da imagem principal, ou seja, ao detalhar uma caneta em cima de uma mesa, a cena anterior ao insert da caneta deverá conter a caneta inserida no contexto.
2. B-ROLL
B-roll é um termo conhecido do cinema antigo quando usava-se 2 rolos separados de filme 16 ou 35mm (A-roll e B-roll) para criar uma transição de cena entre os 2 rolos no momento da edição.
São imagens adicionais gravadas separadamente ao vídeo principal e tem por função cobrir algum erro de gravação, dar ritmo ao vídeo ou aprofundar mais o assunto principal.
Também chamado de “imagens de cobertura”, este tipo de recurso pode ajudar a construir o vídeo quando não se tem um roteiro pré-definido (muito comuns em vlogs, por exemplo).
Para isso, é preciso ser criativo na hora de filmar estas cenas adicionais.
Utilize planos abertos, planos médios e close-ups das cenas que pretenda filmar ao invés de apenas ter somente imagens muito abertas ou sempre muito fechadas.
Em uma cerimônia de casamento, por exemplo, B-roll seriam imagens externas da igreja, convidados chegando na festa, padrinhos enfileirados, detalhes da decoração ou imagens do altar.
Com essas imagens complementares, o editor tem a opção de trabalhá-las de acordo com o assunto principal, no caso a noiva e noivo, cerimônia e festa, criando uma história com começo, meio e fim bem estruturados.
No entanto, o uso excessivo de imagens complementares pode tirar o foco da narrativa do vídeo e “encobrir” o tema principal.
Na hora de filmar imagens de cobertura, pense como se você fosse o editor (caso já não seja), ou seja, como você utilizaria as imagens complementares dentro do tema principal do vídeo.
Mas não exagere na quantidade de takes na hora da edição para que não tire o foco do tema central do seu projeto audiovisual.
3. REGRA DOS 180°
Também conhecida como “linha ou eixo de ação”, esta regra deve ser respeitada (existem casos em que ela é quebrada, mas abordaremos aqui sua principal função para que fique claro seu uso aplicado) para que a audiência possa se localizar no espaço em relação ao(s) interlocutor(es) onde você estiver gravando.
Para entender esta regra, vamos representá-la a seguir.
Tome por base uma circunferência; trace uma linha imaginária que a divida em duas partes iguais formando um ângulo de 180°.
Ao gravar, você deverá posicionar a câmera em um dos lados da circunferência e, do outro lado, o cenário e quem quer que esteja participando do vídeo. Você não deverá ultrapassar para o outro lado, ou seja, cruzar a linha para o lado onde acontece a ação.
Caso quebre a regra, quem assiste poderá perder a noção de espaço e orientação de direção dos interlocutores, dando a impressão que a ação ocorre em um outro ambiente, além de comprometer a continuidade da narrativa.
Câmera posicionada do lado oposto à circunferência
Evite posicionar a câmera no mesmo lado da circunferência
Varie o posicionamento de câmera, desde que as mantenham ao lado oposto da circunferência
Por exemplo, em uma entrevista entre duas pessoas (entrevistado e entrevistador), procure posicionar o entrevistado à sua frente (conforme acima) ou no máximo em um ângulo que forme 45° em relação à câmera.
A(s) câmera(s) deverá(ão) ser posicionada(s) no lado oposto da linha imaginária que divide a circunferência conforme descrito anteriormente.
Uma vez decidido o lado, mantenha até o final.
Nas grandes produções do cinema e da publicidade, vemos a câmera “correndo” em sentido horizontal quando instaladas em um slider ou travelling (equipamentos específicos para movimento de câmera), mas nunca cruzar para o lado em que entrevistado e entrevistador estejam.
4. REGRA DOS TERÇOS
Pense na tela LCD de sua câmera DSLR, mirrorless ou camcorder. Agora imagine duas linhas traçadas horizontalmente e duas linhas traçadas verticalmente dividindo a tela em 9 espaços de tamanho uniforme.
Agora, em cada intersecção entre as 4 linhas traçadas, visualize 4 pontos que se cruzam. Esses são os pontos de interesse na tela na regra dos terços.
720 x 480
1920 x 1080
Para enquadrar sua imagem dentro da regra dos terços, você deve saber qual é o assunto principal do enquadramento da imagem.
Pode ser uma árvore em um parque, um atleta correndo na rua, uma fruta em destaque no prato de sobremesa ou um livro sobre uma mesa de escritório.
Posicionar seu objeto ou assunto principal em um dos 4 pontos de interesse (ou bem próximo a eles) torna a composição da imagem mais interessante e profissional.
Mas não são apenas os pontos de interesse que devem ser utilizados na regra dos terços.
Ao gravar paisagens por exemplo, concentre-se apenas nas 2 linhas horizontais, deixando o céu ou nuvens acima da primeira ou segunda linha e o terreno ou mar abaixo da primeira linha.
Ao gravar pessoas, procure manter a altura dos olhos na linha horizontal superior. Carros passando, crianças correndo no parque ou ciclistas em uma pista de corrida, podem ser enquadrados antes das linhas verticais para que dê a sensação de espaço, dependendo da direção em que estão indo.
Um cuidado a ser tomado quando optar em aplicar a regra dos terços ao gravar pessoas, principalmente quando estiverem sentadas ou mesmo em pé, é procurar deixar um pequeno espaço acima da cabeça, pois caso ela se movimente durante a gravação ou resolva mudar de posição subitamente, poderá cortar sua cabeça na imagem tornando o reposicionamento da câmera impraticável naquele momento.
Isso acontece muito em entrevistas, em que, ao expressar algum movimento durante a fala, a pessoa pode sair do enquadramento involuntariamente, prejudicando o enquadramento.
Por isso, ajuste sua câmera para que tenha um pequeno espaço entre o limite superior da imagem e a cabeça do interlocutor.
Algumas DSLR, mirrorless ou camcorder possuem uma função chamada Grid onde são exibidas na própria tela LCD da câmera as linhas que representam a regra dos terços.
Mas não se preocupe, pois ao utilizá-las, elas não aparecerão na gravação, a menos que você opte intencionalmente para que apareçam (o que eu não recomendo).
Conclusão
O planejamento durante a etapa de pré-produção é o momento ideal para elaborar junto ao diretor de fotografia ou operador de câmera qual ou quais destas regras/técnicas você irá usar em seus vídeos.
Fazê-lo durante a gravação sem antes ter planejado é arriscado, pois na hora da edição você notará que uma determinada técnica não foi cumprida tendo que refazê-la posteriormente.
Teste, aplique e avalie cada uma destas técnicas/regras em seus vídeos e você notará aos poucos o valor de produção que elas trarão para seus vídeos, deixando com um aspecto cada vez mais profissional.
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