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✅ Última atualização em 07/07/2023

Contar uma história é fácil. Contar uma história que envolva a audiência é ainda um grande desafio para criadores de conteúdo, publicitários, empresas, entre outros. Saiba como a técnica de Storytelling pode criar essa conexão e engajar seu público.

Todos os dias contamos histórias.

E todos nós temos boas histórias para contar.

Histórias de todos os tipos. Histórias alegres, tristes, românticas, assustadoras, emotivas, contagiantes, e por ai vai.

Mas como contamos nossas histórias?

Cada um de nós tem um jeito de relatar fatos, conversar com outras pessoas e até contar uma história.

Histórias são como as ondas. Você nunca verá (ou nesse caso, ouvirá) uma igual a outra.

E esse é o grande desafio. Saber contar uma história da forma correta.

E existe uma forma certa de contar histórias pessoais?

Bem, sim e não. Se você quiser fazer com que as pessoas se sintam atraídas pelo que você tem a dizer e de alguma forma envolvidas em suas histórias, sim, existe uma forma ideal para contar histórias.

Então você deve estar se perguntando: o que é preciso para contar uma boa história?

Entender como usar corretamente a técnica de storytelling.

Como surgiu o conceito de Storytelling

Criado entre 30 e 100 mil anos atrás1, o storytelling era utilizado pelo homem para compartilhar algum tipo de conhecimento.

O objetivo era criar ideias conjuntas para que, através das histórias, as pessoas pudessem se conectar pelos sentimentos comuns ao ser humano como o prazer, o amor, a identidade cultural, proteção do ambiente e o cuidado com o ser humano.

Conforme os anos foram se passando, passamos a entender mais a fundo o conceito e o seu impacto na vida das pessoas e dos negócios e aplicá-los da forma que pudesse fazer a diferença no ato de contar uma história que emocionam.

“Storytelling: story (história) + telling (ato de contar).”

Onde é usada a técnica de Storytelling?

Praticamente em todos os lugares.

Sei que essa não é a resposta que você gostaria de ler, mas logo ao acordarmos nos deparamos com uma avalanche de histórias.

No telejornal, nas redes sociais, em aplicativos de notícias, nas mensagens que recebemos, entre outros lugares.

São histórias de todos os tipos. Cabe a nós filtrar as que mais nos atrai.

E como identificá-las?

Através de nossos interesses.

Vemos líderes políticos propaganda suas mensagens, a população nos telejornais enfrentando as batalhas do dia a dia, educadores compartilhando informações e conhecimento, propagandas sendo exibidas a todo momento, etc. Cada uma com suas técnicas.

Até na hora de pedir um aumento ou receber a triste notícia de uma demissão, vemos histórias sendo contadas.

Caberá a você, caro leitor, identificar qual ou quais histórias criarão aquela conexão emocional e o levará a um caminho imaginativo a percorrer a jornada do começo ao fim da história.

Storytelling e a audiência no ambiente digital

A busca incansável pela atenção da audiência em qualquer plataforma digital só vem aumentando nos dias de hoje.

Seja na forma de atração através do uso de cores, de personagens, de efeitos especiais, uma trilha sonora de impacto ou qualquer outro recurso audiovisual, a disputa é acirrada.

Até naqueles cinco segundos iniciais que vemos em vários vídeos no YouTube a técnica está presente.

Mas se ela não souber se conectar com o público-alvo para o qual ela foi criada através de uma narrativa bem construída, de nada terá adiantado todo esforço e investimento.

Mas ao final do dia, o que conta mesmo é se houve uma história e se ela foi bem contada.

E se ela foi bem contada logo saberemos por conta dos impactos que ela nos causou, seja pela empatia de um personagem, pela vontade de realizar ou possuir algo ou o desejo de vivenciarmos algum tipo de experiência.

A estrutura do Storytelling

Toda narrativa tem sua estrutura.

E as estruturas podem variar de formato conforme o tipo de produção.

Mas para termos uma ideia geral de uma estrutura narrativa do uso da técnica de storytelling, vamos abordar o conceito da jornada do herói.

O que é a jornada do herói?

Concebida pelo escritor Joseph Campbell, famoso estudioso norte-americano sobre a mitologia e a religião e autor de vários livros, entre eles “O Herói de Mil Faces”, a jornada do herói, leva um personagem fictício comum assim como qualquer outra pessoa a percorrer uma jornada onde ele encontrará pelo caminho um mentor que o auxiliará dando apoio aos desafios encontrados pelo caminho, geralmente impostos por um vilão que tentará tirar o herói de seu rumo ou até mesmo desistir da jornada em busca do objetivo.

Dentro dessa caminhada, Campbell ressalta que, assim como seu herói na história, todos nós temos um caminho semelhante em nosso dia a dia.

Ao nos levantarmos, nos deparamos com desafios seja, pessoais ou profissionais, pessoas ou algo nos querendo distrair de nossos objetivos principais assim como pessoas ou situações que nos são apresentadas em favor do alcance pela meta ao final do dia.

Dentro dessa estrutura temos as seguintes etapas a serem consideradas:

Assim como na jornada do herói, a linha de raciocínio das etapas desbravadas pelo personagem, pode-se perceber que estruturas similares de jornadas são encontradas em filmes do cinema, na publicidade, em livros, em jogos, séries de TV, entre outros.

A Jornada do Herói

Cabe aos seus criadores ilustrar e desmembrar os percalços e desafios conforme a narrativa que pretendam dar à história.

O uso da técnica de Storytelling

A técnica de storytelling pode ser aplicada em qualquer campo do conhecimento.

Um dos mais utilizados hoje é na publicidade.

Agências, diretores audiovisuais de diversas áreas, criativos, departamentos de marketing e outros profissionais são envolvidos para desenvolverem projetos dos mais variados tipos.

Um comercial de 20 a 30 segundos que faz o bom uso dessa técnica pode levar meses para ser concebida.

Mas não é apenas o processo de colocar a mão na massa que deve ser levado em consideração.

Quando falamos em contar uma história com começo, meio e fim bem definido, deve-se pensar na conexão emocional que a marca ou o serviço irá causar na audiência.

E se não for pensado e planejado da forma correta, todo investimento de tempo e recursos pode ser jogado fora rapidamente.

Elementos essenciais para narrativas de sucesso

Você já reparou que todos os anos durante a época do Natal vemos inúmeros anúncios dos filmes que serão “sucesso” durante aquela temporada?

Acredito que sim!

E por que muitos de nós acabam sentando-se em frente à TV ou computador e ficamos horas e horas vendo filmes de 5 anos, 10 ou até mais, quase sempre os mesmo que assistimos nos últimos natais?

Porque são filmes que, não apenas nos entretém, mas nos cativam, nos prendem a atenção por um longo período, causam o impacto da imersão imaginaria e nos conectam com determinados personagens.

Sim, são as famosas histórias bem contadas!

Não são apenas os filmes natalinos, mas apenas para ilustrar o conceito, isso acontece com qualquer outro filme que vemos repetidas vezes.

Mas são apenas filmes que vemos esse tipo de costume?

Não.

Veja o discurso de 26 minutos de Jim Carrey durante o início dos alunos da universidade Maharishi International University de 2014 onde já foi visto apenas no canal oficial da universidade por mais de 16 milhões de vezes e conta com mais de 4 mil comentários.

O ator não poupa esforços para contar suas histórias e trazer os alunos (assim como a todos que assistem) para uma narrativa envolvente, emocionante e contagiante fazendo com que cada um se sinta motivado e conectado com as experiencias vividas por ele, seus desafios, momentos de tensão, descontração e conquistas.

Um verdadeiro show de storytelling mantendo a atenção das pessoas e agregando valor.

A estrutura de 3 atos

Um dos principais fatores a ser considerado na hora de contar uma boa história é buscar ao máximo captar e manter a atenção da audiência.

E como fazer isso?

Através do que chamamos de estrutura de 3 atos.

Também conhecido como arco da história, essa estrutura irá desenhar o contexto da narrativa.

Nela vemos o desenrolar da história até sua conclusão.

Vamos tomar como um personagem fictício. Ao introduzirmos na narrativa, acompanhamos sua trajetória e desafios até a busca pelo objetivo.

Ou seja, durante todo o progresso da história, temos os atos principais:

Dentro da história podemos encontrar momentos de alta e baixa tensão variando conforme o andamento e velocidade da narrativa e do comportamento de seus personagens.

Quando falamos em arco logo pensamos em uma linha curva ou algo parecido. Mas nem todas as histórias acompanham linearmente o arco.

Muitas vezes podemos nos deparar com um gráfico com linhas retas de altos e baixos a todo momento.

Arco Narrativo

Técnicas construtivas

É importante deixar claro que, ao escrever uma história, deve-se buscar pelo equilíbrio narrativo do(s) momento(s) de tensão para que não exceda ou fique monótono demais.

Um exemplo clássico de manter a atenção da audiência é o modo como novelas e series de TV fazem para que o público assista ao próximo capítulo ou episódio.

Sempre ao término de um capítulo ou episódio são apresentadas cenas dos próximos capítulos ou episódios ou algum conflito que ainda não foi resolvido e poderá ser sanado mais adiante.

Sabendo que um determinado conflito ainda não foi concluído e, querendo saber se será favorável ao não ao protagonista, essa técnica faz com que nos mantenha pensando e querendo ver o que acontecerá.

Uma outra técnica estrutural é o suspense ou curiosidade. Não apenas em filmes do gênero, mas como estratégia narrativa, dar indícios de que algo será revelado ao término do vídeo pode ajudar a segurar a audiência.

Por exemplo, ao produzir um tutorial no YouTube sobre “Como Aumentar o Número de Seguidores na Rede Social X”, você pode começar o vídeo citando as dificuldades de obter seguidores organicamente, como foi difícil no começo, mas que no final do vídeo as pessoas conhecerão a dica mais valiosa de toda a narrativa.

Para isso, você deve pedir para que as pessoas acompanhem até o final e, aos poucos, você vá criando aquele clima do que estará por vir.

Mas cuidado! Não enrole sua audiência apenas “enchendo linguiça” ou segurando-a com dados ou fatos sem importância para o propósito do vídeo, pois nesses casos você terá uma taxa de abandono mais alta do que o esperado.

Antecipar uma parte da ação e apresentar sua resolução no final também é uma das estratégias que poderá usar.

Vamos tomar como exemplo um filme longa-metragem.

Ao vermos um personagem sendo introduzido na história e que tenha causado algum tipo de impacto logo no início (uma perda familiar, um acidente grave, testemunhado um assassinato), pode-se omitir sua participação até os momentos finais onde, de fato, é apresentado o real motivo da história, quando este reaparece para revelar ou esclarecer os fatos da narrativa e solucionar um problema.

A história na medida certa

Antes de contar sua história para o seu público é importante que você releia tudo o que foi escrito.

Identifique eventuais erros de gramática, ritmo, clareza na mensagem e, acima de tudo, elimine os excessos!

Já ouviu falar no termo “não misturar as estações”?

É isso o que você deve rever.

Se ao contar sua história sobre um determinado assunto, vá com ele até o fim.

Misturar os assuntos apenas para dar volume, mas sem sustentar a história de fato, não vale a pena.

As pessoas poderão se confundir e não receberem a mensagem da forma como deveria.

E mais. Elas não saberão direito como contar SUA história corretamente.

Quando misturamos assuntos demais ou não focamos no objetivo principal da mensagem, fica fácil perder a linha de raciocínio.

Ao ouvirmos uma história bem contada por algum conhecido ou um filme que nos chamou a atenção, temos vontade de compartilhar com outras pessoas. E o que nos faz ter essa vontade e alcançado pela clareza e objetividade da história que ouvimos.

Pense em um “pitch de elevador” (breve relato ou descrição sobre uma ideia, produto ou negócio que contenha um objetivo) e faça o seguinte teste com você mesmo: eu consigo definir minha história ou qualquer outra história que eu queira compartilhar com as pessoas em até 1 minuto de forma clara e objetiva?

Se a resposta for sim, as chances de você ter concluído todas as etapas do uso da técnica de storytelling são grandes.

Alguns cases do uso do Storytelling

De pequenas empresas e indivíduos que queiram explorar seus produtos e serviços através de uma história até órgãos governamentais podem (e devem) fazer uso da técnica de storytelling.

Agências de viagens exploram muito essa técnica. Por exemplo, um pacote de viagem que fornece conforto, relaxamento e sossego às pessoas que buscam por uma viagem de férias mostrando cenas de pessoas em spas, piscinas relaxantes, quartos aconchegantes entre outros recursos que refletem a paz e a tranquilidade de espírito podem ser a chamada ideal para quem procura este estilo de viagem.

Grandes personalidades também podem ser representadas pela técnica de storytelling.

Tomamos como exemplo o filme Jobs onde vemos sua jornada ainda nos tempos de faculdade, os desafios que teve durante seus momentos de convivência com um de seus colegas mais próximos, indivíduos que o apoiaram e que tentaram tirá-lo do caminho até sua grande conquista como o principal responsável pelo sucesso de uma nova tecnologia que mudou o cenário da música mundial.

É importante notar que logo na primeira cena do filme vemos o que seria o auge da jornada do herói mesmo antes de entendermos como ele chegou até lá.

Ou seja, não é uma regra apresentarmos as etapas da jornada em ordem cronológica desde que todas elas estejam inclusas no decorrer da narrativa mostrando como chegou lá.

Conclusão

Contar uma história é comunicar. Comunicar com técnica, gerando conexão e emoção na audiência.

O “contar uma história” vai além disso. É preciso entender onde se quer chegar com seus personagens, seus desafios, obstáculos e conquistas.

Como foi dito, as histórias estão por todos os lados, em outdoors, nos anúncios online, na TV, nas revistas e jornais ou em qualquer outro meio de comunicação.

Storytelling é agregar sentimento ao produto audiovisual e fazê-lo identificar-se com o público.

Não retenha a atenção da audiência apenas por reter. Faça com que ela se lembre de você sempre. E uma história bem contada com começo, meio e fim claros pode fazer isso.

Tanto o aspecto professional quanto pessoal podem ser beneficiados pelo storytelling.

As empresas que utilizam a técnica de forma eficaz em seu branding, na comunicação com seus colaboradores e nos aspectos organizacionais tem maiores chances de saírem na frente.

E se quiser entender mais a fundo o conceito de storytelling, seus benefícios, como aprender ainda mais entre outras estratégias do uso, não deixe de conferir este artigo do site storytellers.com.br.

Referências

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