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✅ Última atualização em 11/07/2023

Em meio ao avanço das tecnologias digitais atuais tendo em vista o modo como assistimos TV, entender os sistemas de vídeo NTSC, PAL e SECAM podem esclarecer como os avanços das transmissões foram importantes que pudéssemos ter uma excelente qualidade de imagem.

Definir o padrão ideal para produções de vídeos que serão exibidas em telas de computadores, monitores de TV e celulares é fundamental para que o conteúdo seja produzido no modo correto. Inclusive existem câmeras que são mais apropriadas para transmissões televisivas e câmeras mais indicadas para produção de vídeos online.

O sistema padrão de reprodução de vídeos para TV varia conforme o país de exibição. Por isso, conforme o local geográfico onde o vídeo será veiculado, é importante utilizar o padrão adequado para aquela praça, uma vez que se torna difícil a conversão de um padrão para o outro após o material ter sido produzido.

No entanto, ao final dos anos 90, o termo HDTV começou a tomar espaço no universo audiovisual com a chegada das transmissões digitais, o que impactou em uma melhora da resolução de imagem em relação aos sinais analógicos passando das antigas telas quadradas para telas horizontais.

Analógico: 720 x 480
HDTV: 1280 x 720 e 1920 x 1080

Padrões PAL e NTSC

Na maioria das vezes, quando procuramos uma câmera para comprar, nos importamos mais com a quantidade de pixels, os formatos de gravação disponíveis (Full HD, 4K) e o preço. Mas, principalmente quando se trata de câmeras de vídeo dedicadas, devemos nos atentar também quanto ao padrão de sinal de vídeo que ela oferece.

Quando compramos uma câmera de vídeo em determinados países, na maioria das vezes, elas atendem aos dois padrões, PAL e NTSC. Porém, em alguns casos, ela pode dispor de modos de gravação em apenas um tipo de sistema ou outro. Por isso, é importante atentar-se para qual tipo de sistema você irá produzir seus vídeos, ou seja, saber qual o sistema padrão utilizado no mercado em que você atua (e quais as taxas de frames), principalmente nos casos em que for produzir para broadcasting (transmissão via radiodifusão).

O padrão NTSC (National Television System Committee) foi o primeiro sistema criado no início da década de 50 nos EUA para transmissão e, por isso, foi o que mais sofreu com problemas iniciais em relação à exibição de cores. Por conta disso, surgiram novas ideias para criação de um novo sistema, o PAL (Phase Alternating Line).

Por exemplo, a câmera DSLR Canon 6D Mark II tem a capacidade de gravar em NTSC (29.97 ou 59.94fps) ou PAL (25 ou 50 fps). Outros modelos como a Sony Cyber-shot DSC-RX100 VII, a Nikon D7500 e a Panasonic Lumix DC-GH5 também oferecem as duas opções de padrão. O sistema utilizado no Brasil é o PAL-M, mas também são encontrados equipamentos eletrônicos híbridos que também reproduzem as cores do padrão NTSC, mais comuns nos Estados Unidos, Canadá e alguns países asiáticos e da América Central.

Vídeos e a sopa de letrinhas

As siglas NTSC, PAL e SECAM se referem ao sistema de cor dos vídeos analógicos. Como existem diversos padrões de vídeos para o padrão PAL (G, D, K, N,…), era preciso diferenciá-los para o Brasil. Então, foi adotado o padrão “M”.

– Sistemas de Vídeo Analógico –

NTSC – 525 linhas horizontais: 30 fps

PAL – 625 linhas horizontais: 25 fps

(Quanto mais linhas na imagem, maior o número de detalhes.)

O sistema PAL leva um pouco mais de vantagem sobre o sistema NTSC, pois suas cores reproduzidas são superiores em qualidade já que possuem mais linhas de varredura do que o sistema NTSC (100 a mais) e por isso é um pouco mais caro.

Gravar um vídeo em um determinado sistema e reproduzí-lo em outro também tem suas consequências. Em alguns casos, o vídeo nem chega a ser reproduzido, ocorrendo faixas horizontais na tela do monitor, impedindo a nitidez da imagem.

Tabela dos tipos de sistemas de vídeo analógico NTSC PAL SECAM

É importante saber em qual dos sistemas de vídeo você irá trabalhar, pois cada um deles, além de possuir características diferenciadas como quadros por segundo (fps) e frequência (ver tabela acima), a exibição em cada um dos sistemas afetará o meio que será exibido. Por exemplo, um vídeo gravado a 30fps (ou 29.97 quadros por segundo) se reproduzido a 25fps, ocorrerá o fenômeno conhecido por motion blur, ou seja, a imagem trará a impressão de “embaçada” e fora de nitidez.

Conforme a quantidade de frames por segundo transmitida pelas emissoras via streaming e exibidas nas telas, é possível notar a diferença quando é feita por um padrão ou por outro, seja no modo entrelaçado ou progressivo.

Padrão SECAM

E não menos importante do que os padrões PAL e NTSC, foi criado na França na segunda metade da década de 50, o chamado padrão SECAM (Sequentiel Couleur à Mémoire) passando a ser usado inicialmente em 1967.

O padrão SECAM era um sistema de cor analógico adotado naquela época por países como a ex-URSS e o Oriente Médio e que, anos mais tarde, devido à introdução de aparelhos multi-padrões sendo lançados, os países do leste europeu optaram pela mudança para o sistema PAL.

Conclusão

Entender como os formatos de vídeo NTSC, PAL e SECAM foram criados é importante para nós, videomakers, compreendermos as possibilidades e os avanços da tecnologia que nos trouxe aos dias de hoje com resoluções de alta nitidez como o Ultra HD.

Você se lembra que, ao comprar um DVD, uma fita VHS ou Blu-ray, havia no verso uma descrição do tipo de padrão requerido pelo fabricante do produto? Pois é, esse é o padrão e mercado (país) para o qual o produto foi criado. Dependendo do país onde o material da mídia era transmitido, o usuário poderia ter problemas em visualizá-lo corretamente. Isso, consequentemente, era uma das estratégias para se evitar a pirataria de conteúdo.

Desenhos dos sistemas NTSC PAL SECAM

Ainda mais atualmente onde as produções, por menores que possam ser, podem se tornar co-produções entre países onde os padrões diferem conforme a região geográfica. 

Sendo assim, projetos audiovisuais devem ser sempre planejados de acordo com os padrões digitais e transmissões via streaming ou broadcasting (TV) e com o tipo de equipamento utilizado em cada produção.

A tecnologia dos padrões analógicos de transmissão citadas acima não devem ser consideradas obsoletas. Por mais que tenhamos equipamentos de gravação e reprodução avançados com tecnologias modernas (como a TV 4K e conteúdo via streaming sendo usado também nessa resolução), não podemos, pelo menos ainda, dispensar o conceito e os equipamentos analógicos em uso no mercado audiovisual.

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