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✅ Última atualização em 04/06/2024

O que vale mais a pena? Trabalhar como freelancer de vídeo ou abrir a própria produtora audiovisual independente?

O mercado audiovisual está cada vez mais expandindo em termos tecnológico, de mercado e capacitação de novos profissionais.

Novos cursos formando profissionais, livros técnicos sendo lançados, conteúdo online para todos os gostos e escolas criando cursos especializados para todos os níveis.

Mas fazer a escolha entre trabalhar como freelancer de vídeo para outras produtoras ou clientes e abrir a própria produtora, por menor que ela seja no início, não é uma decisão tão complicada quanto parece.

O que você precisa definir logo de início é se você realmente quer seguir na carreira ou está apenas procurando um bico ou preenchendo seu tempo atrás de alguns trabalhos temporários de edição ou de assistente de produção.

Começando a carreira no audiovisual

Começar a carreira no mercado audiovisual vem sendo uma constante entre aqueles que procuram atuar no cinema, televisão, produtoras independentes, publicidade e nas mídias sociais que envolvam a produção de vídeos.

E muitos optam por começar trabalhando como freelancers de vídeo em pequenos projetos ao invés de abrir sua própria produtora, já que no início requer um pouco de investimento como equipamentos, abertura de empresa, contador, etc.

Mas arrumar um trabalho como freelancer no audiovisual também requer alguns investimentos.

Em alguns casos o cliente precisará que você apenas execute o trabalho com seu próprio equipamento enquanto em outros você precisará apenas do seu conhecimento.

Por exemplo, trabalhar como assistente de direção ou de produção ou determinadas funções no departamento de artes requer conhecimentos técnicos ou práticos e isso precisa ser adquirido em aulas e cursos (a não ser que você já tenha tido a oportunidade de estagiar e aprender os requisitos da função).

Produtores prepando orcamento

Existe também uma obrigação que todo freelancer de vídeo precisará ter para atuar em grandes produções audiovisuais: o DRT.

O DRT é o registro emitido pela Superintendência Regional do Trabalho para que o profissional possa exercer suas funções no cinema e audiovisual.

É possível obter o DRT quem possua diploma universitário em cinema ou audiovisual ou em cursos especializados como alguns do SENAC.

O SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual) poderá orientá-lo sobre como é o processo de obtenção do atestado e sobre a requisição do registro profissional (DRT) no Ministério do Trabalho.

Recursos essenciais para freelancers de vídeo

Se o seu caminho inicial (ou mesmo definitivo) será a busca de trabalhos como freelancer de vídeo, você precisará de algumas ferramentas e conhecimentos para se destacar no mercado.

Por ser um meio “mais econômico” e menos burocrático, muitos estudantes saem das faculdades e cursos já pensando em buscar seus primeiros trabalhos como freelancer.

Por isso, como recomendação, você precisará:

Investir em conhecimento

Para trabalhar na área audiovisual você precisa de conhecimento.

Praticamente todas as funções requerem que o profissional atenda a critérios que são ensinados na prática e em cursos.

Por isso, não saber o que cada departamento em uma produção faz pela falta de informação já não é mais uma desculpa.

A internet está atolada de cursos grátis e pagos, vídeos no YouTube em diversos idiomas, e-books, entre outros, cheios de informação e recursos para quem quer atuar na área.

Só para citar alguns cursos, plataformas EAD e canais no YouTube, estão:

Se você quiser saber mais sobre onde estudar audiovisual, leia este artigo completo.

E para conhecer uma lista completa de canais de YouTube recomendados para videomakers em inglês e português, veja aqui.

Definir seu preço

Antes de divulgar seu trabalho, você precisa saber quanto vai cobrar.

Não arrisque um palpite qualquer sobre quanto você acha que deve ganhar ou apenas o quanto quer ganhar.

Faça os cálculos certos para não correr o risco de sair prejudicado e acabar colocando a culpa no mercado, no cliente ou na economia.

Primeiramente, você precisa saber quais são os seus custos.

Dentre eles, podem estar:

  • Impostos a pagar (NF, contador se houver);
  • Gastos com anúncios online (caso faça) e estrutura digital (site, domínio);
  • Tempo de prospecção de novos contatos (sim, seu tempo vale);
  • Custos com internet/energia elétrica;
  • Custos adicionais como transporte, alimentação, estacionamento, depreciação de equipamentos, etc.

Após feitos esses cálculos, entenda a média de preços cobrada pelo mercado na subárea audiovisual em que for atuar.

E como descobrir?

Conversando com outros profissionais, frequentando escolas/cursos, pesquisando online e participando em algumas produções.

No Brasil existem milhares de mercados e praças onde os preços podem variar. Uma produção da capital carioca ou de Recife nem sempre vai ter o mesmo custo e preço de uma produção no interior de BH, Bahia ou Paraná.

Freelancer de vídeo

Por isso você precisa saber os preços cobrados em sua região e imediações para poder precificar seus serviços.

Possuir equipamentos de alto nível podem te destacar entre outros profissionais, mas hoje em dia, ainda mais por conta de vídeos curtos para redes sociais, isso já nem é tanto um grande diferencial como era anos atrás.

Equipamentos só fazem uma grande diferença se a produção for mais complexa e exigir um determinado equipamento de ponta que poucos tenham acesso.

Vale dizer que câmeras de entrada como a Canon T7 ou T8i fazem trabalhos muito parecidos que cameras mais avançadas como a Canon R5, Sony A7 IV e Panasonic GH5.

Se o seu trabalho é como operador de câmera, produtor ou qualquer outra atividade que seja preciso estar no cliente, você pode cobrar por hora presencial de trabalho (com equipamentos básicos inclusos como tripé, câmera, estabilizador, iluminação básica, microfone) mais algum equipamento extra como drone e câmeras de ação (se necessário).

Se o cliente pedir vários tipos de vídeos em um mesmo dia de gravação, precifique quanto tempo você irá gastar em cada um e mostre o preço discriminado.

Na hora de cobrar pela edição, explique quantos vídeos serão editados, a duração que cada um terá e o preço total do serviço.

ASPAS Definir o tempo de edição para cada vídeo acaba não sendo tão relevante na hora de apresentar o orçamento. Basta detalhar a quantidade de vídeos, um estimado de tempo total e o preço cheio da edição.

Acaba sendo mais viável detalhar os valores no orçamento especificando o custo de cada item de gravação do que apenas enviar um valor cheio para o cliente.

Em resumo, para simplificar, apresentar dois valores separados para o cliente no mesmo orçamento (um para as gravações e outro para edição) é uma forma de você controlar seus gastos e ao mesmo tempo deixar claro para o cliente o que ele pagará em cada etapa da produção.

DICA 1

Estabeleça um mínimo de horas presenciais no cliente mesmo que o trabalho leve pouco tempo. Por exemplo, mínimo de 01 hora mesmo que o vídeo dure 30 minutos para gravar.

DICA 2

Seja flexível em relação a programação no orçamento. Isso não quer dizer trabalhar horas de graça ou dar descontos, mas sim entender o que o cliente precisa sem que você perca tempo em seus trabalhos ou acabe cobrando a mais ou a menos pelo trabalho.

DICA 3

Além da opção de montar um orçamento personalizado, é interessante ter alguns pacotes prontos para determinados tipos de trabalho que você já tenha experiência e saiba o quanto cobrar para oferecer um valor justo, cobrir gastos e ter lucro.

DICA 4

Para sua proteção de custos, deixe claro para o cliente que o início da contagem da hora de gravação é calculado a partir da sua chegada no local, pois caso haja um atraso do cliente para o início das gravações, você provavelmente ficará além do horário estipulado e cobrado no orçamento e talvez não receba pela hora ociosa.

DICA 5

Ao calcular seus custos de edição, conte não apenas quanto tempo você passará editando/cortando os vídeos, mas sim do momento que você descarrega seus cartões de memória, faz backup, organiza os arquivos e importa todo o material para o programa de edição. Além disso, conte com o tempo de renderização, exportação e revisão dos vídeos finais (além de possíveis quedas de energia elétrica que atrasarão seus trabalhos dependendo da região do Brasil em que estiver).

TABELA orçamento

Montar um portfólio online e divulgá-lo

Independente da forma como você for procurar um trabalho na área audiovisual, você precisa ter um portfólio.

Seja como freelancer de vídeo ou produtora audiovisual, ninguém vai contratar sem conhecer suas habilidades técnicas ou saber em quais projetos já trabalhou.

Muitas vagas exigem que o candidato insira um link de portfolio para que o recrutador tenha pelo menos uma ideia do estilo do trabalho.

Mas e seu estiver começando e não tiver experiência com clientes?

Se você não conseguir clientes que necessitem de projetos menores, crie projetos como se fosse para um cliente. Faça trabalhos para amigos e familiares e peça opiniões. Quem sabe você não consegue uma divulgação, uma porta aberta ou até um trabalho de verdade como forma de troca?

Não tem muito para onde fugir quando se está começando.

Uma coisa que você deve ter em mente é que você não vai oferecer um trabalho grátis, mas sim pedir uma oportunidade de trabalho para construção de portfólio. E se te pagarem pelo menos os custos, você já está no lucro!

Mas se você não for em frente e colocar a mão na massa e treinar, apenas fazer cursos, muita teoria e aulas online não serão o suficiente para buscar novos clientes.

Assim que tiver alguns projetos bons em mãos, monte uma página profissional para publicação para futuros prospectos.

Recomendo Vimeo e YouTube para hospedagem online gratuita.

Criar um bom relacionamento

Bons relacionamentos, especialmente com clientes, é um dos bens que você mais deve cultivar.

Relacionamentos profissionais enriquecem a amizade, tornam as coisas mais fáceis, abrem novas portas e fixam parcerias duradouras.

É óbvio dizer, mas um relacionamento em constante atividade só tende a ser positivo; mas se um relacionamento não é próximo, ele esfria e pode perder-se ao longo do tempo.

E posso dizer por experiência de mais de 10 anos no mercado audiovisual: é muito fácil perdermos clientes bons por falta de um simples e-mail mal respondido ou atrasado, uma quebra na comunicação ou um afastamento por questões aleatórias.

Quando estabelecemos uma empresa, no caso uma produtora de vídeos, a tendência é que tenhamos uma proximidade maior com nossos clientes e futuros clientes.

Mas não é porque você é freelancer que não precisa cultivar a amizade, afastar-se ou achar que o cliente irá te procurar novamente para um novo serviço só porque você fez um bom trabalho.

Já ouvi muito por aí que “quando não estamos presentes ou “sumimos”, somos facilmente esquecidos”. Não sei onde li nem quem é o autor do pensamento, mas é a pura verdade.

Portanto, se você quer ser lembrado não apenas por um bom trabalho prestado, crie a conexão ideal com seus clientes, envie e-mails ocasionais sobre como estão os novos projetos e mande uma mensagem perguntando se o projeto entregue atendeu as necessidades.

Ao lidar com clientes, lembre-se de que você não está lidando apenas com alguém que vai pagar para você fazer algo, e sim com seres humanos como nós em busca de resultados, lucro, trabalho e um relacionamento cortês e profissional.

Dedicar-se ao máximo

Aqui é você e mais ninguém.

Ninguém correrá atrás dos jobs por você.

Os trabalhos nem sempre cairão “no seu colo”.

E como a concorrência está cada vez mais alta e os clientes mais exigentes em relação à entrega, você precisa ser “a referência” para eles.

Por isso, dedicar-se não é apenas na hora que você é chamado para um job, mas antes que isso ocorra.

Se não houver a dedicação na medida certa, frustrações virão e você mesmo colocará sua carreira em risco.

Dedique-se na busca, aprenda com os outros, pesquise, use o tempo livre para aprender ou investir em relacionamentos para que essa seja a parte mais prazerosa do processo até que se torne automática até que os clientes venham até você.

Sites de freelancer de vídeo

Uma das formas de começar a carreira no audiovisual como freelancer é através dos sites que divulgam trabalhos autônomos.

Workana, 99freelas, Freelancer.com e Contentools são apenas alguns deles.

Existem também grupos fechados no Facebook mais específicos para a área audiovisual que também podem ser uma oportunidade de encontrar parcerias e jobs.

Alguns deles:

No entanto, saiba que, assim como no mercado comum, as propostas para trabalhos freela online são bem concorridas.

Porém, uma vantagem é que alguns recrutadores anunciam vagas que exijam pouca ou nenhuma experiência até para profissionais atuantes no mercado.

Ocorre que muitas das vagas são de baixo orçamento e nem sempre atraem a atenção de freelancers o que acaba sendo frustrante viver apenas de sites muitos de freelas.

Mas nada como combinar trabalhos de freela dos sites juntamente com trabalhos fixos para clientes parceiros.

Haverá momentos em que você estará ocioso entre um job e outro e, nessas horas, uma oportunidade freela é sempre bem-vinda!

Transição de freelancer para produtora

Então você resolveu começar como freela e, ao longo da jornada, percebeu que era hora de abrir sua própria produtora, certo?

Eu diria que essa é uma estratégia que eu recomendaria por alguns motivos simples:

Custos

Quando abri minha própria produtora, não possuía tanta experiência com clientes e não tinha muita noção do que era “tocar uma produtora” já que minha fase de freelancer de vídeo foi curta, porém de muitos estudos.

E logo que abri, saí comprando todos os equipamentos de gravação e edição (alguns deles sem a menor necessidade) e não havia calculado ao certo todos os custos de abertura de empresa como contador, advogados, impostos, etc.

Por sorte, havia um espaço cedido em um prédio comercial sem custos onde pude registrar a empresa e utilizar como estúdio para algumas gravações e armazenagem de equipamentos.

Por isso, logo de início, abrir uma empresa, pode ser complicado se você não estiver preparado financeiramente, tecnicamente e com uma agenda bem organizada para planejar e atender a todos os compromissos (que confesso são muitos).

Clientela

Se já é difícil encontrar trabalhos como freelancer, imagina entrar em um mercado competitivo de grandes produtoras sem ter um portfólio sólido?

Nosso portfólio era simples, de apenas um profissional que havia gravado alguns projetos autorais (apesar de terem sido feitos com o máximo de profissionalismo), mas que não tinha o aval de pelo menos um ou duas marcas de relevância.

Ou seja, quando somos freelancer e criamos um bom relacionamento, fica mais fácil trazê-los como clientes para nossa produtora por já termos nos conhecido anteriormente.

Experiência

Esse é um dos grandes fatores. E como já citado acima, sem uma experiência administrativa ou pelo menos sem antes ter visto como funciona uma empresa e mesmo um pequeno set de gravações, é muito arriscado colocarmos nosso nome e nossos recursos em risco sem termos experiência.

Claro que, tudo tem um começo (por mais clichê que seja). Mas começar MUITO GRANDE sem experiência, pode tornar as coisas difíceis para administrar e não entregar resultados da forma certa (no prazo, na qualidade esperada e com excelência).

Contudo, arrisquei. Faria novamente. Mas se eu tivesse tido a oportunidade de ter um mentor ou possuir mais experiência na área, as coisas poderiam ter sido melhor trilhadas.

Portanto, avalie seu momento, suas experiências, condições financeiras e suas metas a curto e longo prazo na área audiovisual para poder decidir se a carreira de freelancer de vídeo é mais viável ou se abrir uma empresa no início vale mais a pena no seu caso.

Conclusão

A carreira como produtor e editor de vídeos, diretor de arte, operador de câmera ou qualquer outra dentro da área audiovisual requer um planejamento a longo prazo independente do caminho a seguir, ou seja, como freelancer de vídeo ou proprietário de uma produtora audiovisual independente.

São muitas oportunidades para quem ingressa na carreira audiovisual, de estágios até diretores e produtores de grandes filmes ou produções publicitárias.

E qualquer que seja, você poderá trilhá-la como freelancer/autônomo ou sócio/proprietário de uma produtora.

Sites, relacionamentos, parcerias criadas em feiras e eventos da área ou por indicação podem ser caminhos para oportunidades de contratação também.

Ser contratado por uma produtora ou empresa que atua na área audiovisual ou agência de publicidade também são formas de entrar na carreira.

Entre freelancer ou empreendedor, o profissional também tem a chance de ser um colaborador em uma dessas empresas.

E como colaborador, você pode aproveitar a chance de adquirir experiência em diversos tipos de produção e, futuramente, quem sabe abrir o próprio negócio ou galgar novos jobs com os sites de freelas.

Em resumo, oportunidades existem. Basta querer, batalhar, correr atrás e decidir qual caminho dentro da área você quer seguir.

Independente da forma que você escolher entrar na carreira audiovisual, é possível montar sua própria carteira de clientes e portfólio, direta ou indiretamente.

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